E domingo começou assim...Nesta etapa a Natação no Mar em Santos contou com a presença de 5 Alunos.. Parabéns a todos, foi muito Bommmm.
FELIZ NATAL E UM ANO NOVO INCRÍVEL PARA TODOS NÓS...ALOHA MAHALO
Na edição anterior lançamos uma promoção: SEJA UM SUADOR. A idéia era receber a história de pessoas comuns, atletas amadores que estão se movimentando por ai.
Recebemos vários textos, mas a do Binho se destacou, nesse caso, publicamos na quarta edição que acaba de sair do forno, esperamos que depois de lê-la você perceba que da pra fazer, da para lutar pelos seus objetivos, mas tem que Suar.
Parabéns, Binho.
Da vida de esportista da adolescência, quase nada havia sobrado. Agora eram plantões exaustivos, trabalho em excesso, stress em excesso, alimentação hipercalórica e horários absurdos. Como consequência, a balança já marcava sofridos 107 kg, mal distribuídos nos 1.85 metros e mal recebidos nos 35 anos de vida. Não havia mais fôlego. Alguns simples degraus de uma escada qualquer podiam ser comparados com o gélido Everest. A pressão arterial começava a oscilar. A frequência cardíaca permanecia alta. Sinal de perigo. Síndrome metabólica chegando, risco cardiovascular aumentando.
Era aniversário da minha esposa, quando me deu um estalo e veio a decisão de me presentear. Do nada, após mais dia de trabalho extenuante, resolvi comprar uma bike. Da mais simples. Acreditei que era possível. Alma de atleta. Acreditei. Pedal a pedal, km a km, marcha a marcha, o novo hábito foi chegando. Poucos apostariam nisso, mas em pouco tempo minha bike já me levava para algumas trilhas mais fortes. Vieram Jaguariúna, Pedreira, Joaquim Egídio e os amigos de vários grupos de Campinas, em especial Campinas Bike Clube e Domingueiras Bike. Continuei acreditando. Tudo feito com responsabilidade, segurança, moderação e regularidade.
A escada já não era mais o Everest, mas a balança, ainda maldosa, me ensinava a ter paciência com ela.
A natação já estava presente. As braçadas me ajudavam a fazer o trabalho de base e condicionamento aeróbico. Certa vez, após ler anúncio no jornal, resolvi, do nada e sem treino específico, fazer uma prova de maratona aquática, em Itupeva. Como era esperado, afundei, quase desisti, achei que não era para mim. Mas não desisti. Alma de atleta. Resolvi treinar mais e mais e, um dia, se assim estivesse escrito, dar a volta por cima. Achei, no Google, um casal de nadadores, em Santos, que se dispuseram a me ensinar a nadar no mar. Eram marido e mulher, Francisco e Priscila.
Me ensinaram a ler o mar, a falar com o mar, a sentir o mar.
Grande campeã de maratona aquática de alguns anos atrás, Priscila Cordeiro. E ainda tive a honra de conhecer a Poliana Okimoto. E fui nadando, braçada a braçada, até um dia voltar para o lugar onde tinha afundado só para ter o prazer de concluir a prova que quase havia me feito abandonar meus sonhos. E, se era para sonhar, eu já mirava o triathlon.
O ex-sedentário já nadava e pedalava. Não era bom em nem uma coisa, nem em outra e ainda faltava correr. E não corria por medo de me machucar, pois o peso ainda era muito. Reconhecia minhas limitações e precisava treinar mais, para diminuir o prejuízo. Então, foco nos treinos e comecei a correr. Vieram as esperadas lesões em joelho e as sobrecargas musculares. E vieram também as sessões extra de paciência e garra. E assim chegaram as pequenas provas de 5 km, 7 km, 8 km, 10 km e os treinos foram aumentando. E a musculatura segurando.
Sempre tive em mente uma consulta que fiz e que acompanhou uma inusitada promessa a minha atual treinadora;
A sempre forte e guerreira, Rosana Merino.
No meio da consulta cardiológica, falei para ela que ela ia ser minha treinadora. O tempo passou e um dia a reencontrei na academia em que eu treinava, sem saber que ela por lá ficava. Depois de muito ensaiar, resolvi falar com ela de novo. Não como médico, mas como aluno. Talvez como o menos forte dos alunos. Ou o mais pesado. Ou o menos técnico. Mas e daí? A campeã aceitou me treinar, comprou esse desafio para ela também. Interessante a mentalidade dos campeões.
Campeões de verdade são humildes! Assim é a Rosana Merino no dia-a-dia. Assim foi a Priscila Cordeiro, me treinando no mar de Santos. Assim é a Vanessa Gianini, me ajudando na orientação dos exercícios. Todas sempre me incentivaram diretamente. Com elas, comecei a treinar triathlon.
Por saúde e estilo de vida, mudei tudo. Deixei meus plantões, adequei hábitos, organizei melhor o tempo. Comprei uma guerra contra a comida, contra o açúcar. A favor de mim e da minha família. Treino com garra e suor e a estrada continua aberta.
Tenho orgulho de perceber que, mesmo com tantos impedimentos, faço, realmente, o que eu oriento e sirvo de exemplo, sim. Muitos me seguiram e também trocaram o sedentarismo pela vida no esporte, o que, com responsabilidade, regularidade e respeito aos limites físicos individuais, comprovadamente, diminui a mortalidade cardiovascular e promove a qualidade de vida. Palavra de cardiologista. E triatleta.